22 de mar. de 2013

O ato de educar




        Educar é uma das tarefas mais antigas do mundo, preservada até os dias atuais. Entretanto, questões sobre as práticas pedagógicas tem caminhado lentamente e demorado a chegar às escolas, ainda que se percebam mudanças no sistema de ensino-aprendizagem, onde os professores se esforçam para buscar melhorias e tentam superar a crise das salas de aula.
         Mas o ato de educar, infelizmente, não é fácil. Muitos professores, e pode-se dizer que a maioria, nas mais diversas áreas do conhecimento, tem se desmotivado, devido aos rendimentos abaixo do necessário, às fórmulas atrasadas, e mesmo em relação ao seguimento de livros didáticos, cadernos de atividades e avaliações que, muitas vezes, seguem os conteúdos dos programas oficiais para o território nacional, deixando de lado a realidade local onde o aluno está inserido.
         Da mesma forma, poucos professores se atualizam, o que efetivamente contribui para o baixo nível da qualidade de ensino e, como se tem mostrado historicamente, a classe do magistério se vê alienada às classes dominantes e seus interesses. Para tal, nota-se nas palavras de Santos:

[...] A exportação de uma forma de elaboração do conhecimento, que representa os interesses internos e externos do país exportador, termina por repercutir dentro dele através do condicionamento da pesquisa e do ensino, forma uma unidade junto com os interesses político-econômicos em cada país. ( SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova, 1979, p.99)

         É possível então perceber que os problemas na educação são inúmeros, e todas disciplinas têm de pensar/repensar sua função dentro da sociedade, que exige uma educação direcionada para a formação de cidadãos, para que o aluno tenha condições de utilizar o que foi aprendido, processando e transformando a informação em conhecimento. Neste sentido, torna-se necessária a criação de novas propostas alternativas, que favoreçam um trabalho interdisciplinar.
         Cada professor que conhece a disciplina que trabalha deve ter autonomia intelectual para que possa coordenar um ensino que tenha impacto no aluno, fazendo com que este seja capaz de analisar seu papel histórico e envolver-se nas situações do local em que vive. 
         Masseto diz:

[...] aprender, conforme sua idade, a se localizar no espaço e no tempo, na sociedade onde vive, captando os fatos e acontecimentos que agitam seu mundo interno e o mundo a sua volta. Neste sentido, aprender a se relacionar e a participar das descobertas das ciências e do momento histórico em que vive. (MASSETO, Didática: a aula como centro, 1994, p.22).

         O aluno não deve se ajustar ao meio, mas produzir conhecimento sobre ele para que possa então desenvolver suas críticas com o objetivo de contribuir com a melhoria no seu local de convívio. Para tal, a princípio, um diálogo em sala pode ajudar na aproximação do professor com o aluno, criando um laço afetivo e de confiança que melhore a aprendizagem e a percepção das necessidades do local em que vivem e convivem.
         A inovação é peça chave para que o professor desenvolva um bom trabalho, mas é claro que também é necessário existir condições para inovação, criação de propostas de ensino, para que o desinteresse dos alunos seja revertido neste contexto em que a escola compete com outros meios, tais como televisão, internet, celulares, jogos e computadores.
         Nesta Era informacional, é preciso que a escola entenda que é importante estar vinculada a estas novas tecnologias e saber fazer bom uso dos mesmos para o favorecimento e beneficio da aprendizagem.
         A flexibilidade e agilidade do professor facilitam para que as mudanças constantes que o mundo globalizado sofre sejam acompanhadas em sala. Isto se torna mais fácil se houver aproximação com as outras áreas do conhecimento, ou seja, se houver interdisciplinaridade, que permite uma discussão de planejamento para que possam se desenvolver novos caminhos capazes de suprir as exigências de alunos, escolas e da sociedade. Sendo assim, entende-se que esta integração torna-se importante para que alunos e professores trabalhem juntos no desenvolvimento de projetos, o que ajuda na realização da prática de ensino, implicando em bons resultados para o processo de ensino-aprendizagem.
        Diante do que foi considerado, entende-se que o ensino e aprendizagem devem estar ligados entre si e ser preocupação para toda a gestão escolar. Com o apoio da maioria, os rumos da educação no país podem ser alterados, e para melhor, pois a necessidade de superar as inúmeras dificuldades e desvincular-se dos domínios da minoria só acontecerá com a educação. A escola deve mostrar diferentes caminhos aos alunos  e construir uma nova realidade diante do mundo ao qual estão integrados. Para tal, o que se passa na vida do aluno, as suas experiências, devem ser levadas em consideração e aproveitadas pelo professor, para que a aprendizagem faça sentido e tenha significado. 

Alini Trindade.

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